O Sítio Nós na Teia é uma propriedade Permacultural desenvolvida, desde 1998 por Sérgio Pamplona. A partir de 2011, com o apoio de sua companheira Mônica Carapeços, o espaço voltou-se para o ideal de se tornar uma Aldeia Permacultural com a missão de:

Ser uma comunidade-escola de permacultura onde pessoas em busca de crescimento pessoal, trabalho pela Terra e vida em comunidade possam vivenciar, co-criar e difundir uma cultura de sustentabilidade, harmonia e autonomia no local e em redes.

Para além do design ecológico a trajetória de vida em comunidade trás desafios de design social e
conforme inspira Galeano "não nasce facilmente". Desde então, vivenciamos ciclos com diferente número de moradores co-criando a comunidade. Por sabermos que a formação de comunidades ainda é um campo de estudos complexo, e com muito mais perguntas em aberto do que respostas, temos buscado registrar nossas ações, estudos e aprendizados como uma forma de honrar nossa trajetória. Também como meio para partilharmos descobertas, que esperamos possam contribuir no caminho de outros grupos. Veja no Blog os artigos com sínteses gerais de cada ano.

Independentemente das variações, sentimos a rede de colaboradores e o processo avançando de forma consistente e pleno em aprendizagens, boas lembranças e realizações. Estudamos e experimentamos diferentes metodologias para nos apoiar no design social e na construção de relações cooperativas.

 

Videos sobre a comunidade:

 Linha do tempo


Pré-história
1960

A Fazenda Taboquinha

Nossa pré-história não recua tanto assim no tempo. Não vamos começar com dinossauros, a megafauna extinta ou os indígenas do tronco linguístico Macro-Jê que habitavam a região há pelo menos 10.000 anos. Iniciamos em meados do século XX.

Na véspera de Brasília acontecer, seu território não era vazio. A população, pequena, estava espalhada em fazendas goianas típicas, enormes, de gado criado solto. A Fazenda Taboquinha, adquirida em 1954, era uma delas. Originalmente ia desde onde hoje é São Sebastião até as margens do Lago Sul. Os atuais Jardim Botânico e Ermida Dom Bosco ficavam na parte desapropriada para a implantação da nova capital.

Em meados da década de 60, seu proprietário, Pedro Ferreira Alves, decidiu dividir a grande área restante em quinhões para vender e distribuir entre seus 11 filhos e filhas. Uma delas, Idalina, ficou com o quinhão 16, um belo pedaço acidentado, com matas densas, platôs, morros arredondados e o peculiar encontro entre o Córrego da Anta e o Ribeirão Taboca numa baixada em forma de forquilha. Ali ela ergueu junto com seu marido Belmiro a sede da fazenda que batizaram de Forquilha.

1980

A compra do terreno

No começo da década de 80, Brasília já estava consolidada e começava a se expandir. Parcelamentos urbanos começaram a aparecer por aqueles lados e o casal vendeu parte grande da Fazenda Forquilha/Quinhão 16 para um grupo de compradores, que acabou dividindo a área em chácaras para revender.

Julho de 1983. Azeny Paim Pamplona e mais três colegas de trabalho compraram a de número 1 por Cr$ 600.000,00 (cerca de R$ 10.500,00 em 02/2017). Uma encosta bem inclinada de 4 hectares voltada para sudoeste, com um cerrado ralo praticamente sem árvores e solo exposto, cascalhento e compactado. Ah, sim. E sem água, nem superficial, nem no subsolo. Mas em um vale amplo com uma vista linda para a mata fechada em frente.

1984

Um refúgio para sonhar

Em algum momento de 1984 Azeny leva seu filho Sérgio para conhecer o tal terreno por um trajeto que pareceu bem longo. Do balão da Esaf até lá foi uma volta de 9km, grande parte em estrada de terra. O caminho mais curto estava bloqueado. Hoje pavimentado, esse percurso tem 2,5km.

O rapaz, então com 18 anos, não se impressionou nem se animou muito. Talvez por estar mais ligado no curso de arquitetura em que recém ingressara, ou em meninas... vai saber o que se passa nas mentes jovens. Mas guardou a imagem do vale e a localização aproximada.

Poucos anos depois o jovem amadurecera um pouco, embora mantendo a característica questionadora. Começara a se interessar por comunidades alternativas e a se ligar na natureza. O terreno passara a ser um local de passeio com amigos e refúgio. Iam apreciar o visual, se molhar no Córrego da Anta e explorar a mata.

Começou a sonhar em construir uma casa ali, sempre querendo incluir os amigos. Desenhou vários possíveis projetos. Casou-se pela primeira vez, largou a arquitetura, conheceu a permacultura, mudou-se de Brasília e um ano depois voltou para a cidade já querendo ser bioarquiteto e permacultor.

1997

Chegando no local

Finalmente no final de 1997, após a venda de um imóvel da família conseguiu erguer a tão sonhada casa. Construi-a grande, maior do que ditaria o bom senso, para abrigar a família que somava ao todo 5 filhos, no estilo “os teus, os meus, os nossos”.

A ideia já era uma casa baseada na permacultura. Estrutura de eucalipto, adaptação à topografia, escadaria com pneus, biodigestor, sistemas para águas cinzas. E as dificuldades do aprendizado e do pioneirismo, ainda mais num terreno sem água.

Saiu da casa, separou-se, voltou, trouxe amigos para morar juntos. Em meio a festas e fogueiras e projetos os plantios efetivamente começaram, assim como a tão necessária construção de solo e o armazenamento de água da chuva. Estamos em 2001, um PDC do Ipec é parcialmente ministrado no sítio, deixando um círculo de bananeiras e alguns canteiros.

2007

Vim pra ficar

Segundo casamento. Novamente uma casa familiar, e a ocupação do sítio se estende. Canteiros de horta e ervas, compostagem, um monte de árvores plantadas, espiral de ervas, construção do sanitário seco, do templinho e da oca para eventos. Muita matéria orgânica é trazida dos bairros vizinhos. O espaço vai se consolidando como um sítio permacultural.

Acontece o primeiro PDC do Ipoema, assim se inaugura a oca. Reunião da Rede Permear de Permacultores, curso de Princípio Avançados com David Holmgren.  São feitos açudes, escavadas valas de infiltração. São abertos platôs para futuras casas. O espaço para o grande tanque do alto do morro é aberto.

2011

Comunidade - Escola

Pula para 2011. Casa vazia novamente, junto com o casamento com Mônica, permacultora em busca de vida comunitária. Novas estruturas são feitas, antigas são arrumadas. A oca ganha novo telhado e um puxado com sanitário seco e cozinha. O sítio passa a ter manejos mais constantes, mais plantios e, enfim, colheitas. A casa grande ganha um apartamento independente anexo. Outras pessoas vêm morar. O projeto da comunidade escola começa a tomar corpo com sua chegada. O formato vai aos poucos se aprimorando.

PDCs começam a ser dados anualmente, junto com a Toca da Coruja. Vários outros eventos e cursos passam a acontecer. Mutirões e reuniões semanais, danças circulares. As árvores começam a dar frutos e sombra. Os passarinhos se multiplicam.

Neste movimento, sempre renovado, mas sempre na direção da aplicação prática da permacultura em todas as suas dimensões, nos encontramos hoje. Em ciclos que se renovam, pessoas que chegam e que saem (Leia detalhes no nosso Blog https://sitionosnateia.com.br/category/comunidade/). Rumo à aldeia de permacultores, quando for a hora...

presente...
TOP