Nosso Curso de Design em Permacultura – PDC iniciou final de julho, na estação de Permacultura Toca da Coruja: https://sitionosnateia.com.br/2018/07/pdc-permacultura-brasilia/
No último final de semana chegamos ao segundo módulo, que ocorreu no Sítio Nós na Teia. A imersão iniciou na sexta-feira à noite, dia 10/08, no Sítio Nós na Teia, com uma revisão do exercício de análise de elementos que havia sido proposto como tarefa de casa. No período entre módulos, em torno de 15 dias, o grupo é instigado a aprofundar os estudos, refletir e buscar integrar na prática o que aprendem no PDC. Disponibilizamos uma Sala Virtual, recheada de materiais e referências complementares de cada temática do currículo como apoio e para facilitar esclarecimento de dúvidas. As reflexões sobre a análise, conexão de elementos e fechamento de ciclos na realidade de seus lares foi uma oportunidade de mudança de percepção e de exercício de possibilidades rumo a práticas mais sustentáveis. Mesmo pequenas ações promovem grande empoderamento! Seja reutilizar a água da máquina de lavar, iniciar uma compostagem doméstica ou mesmo perceber a importância de participar de uma horta comunitária para “fechar mais ciclos”, enfim, o importante e desenvolver consciência e auto-responsabilidade.
Nesta perspectiva de fomentar a responsabilidade pessoal e cooperação, avançamos para um exercício de auto-gestão, com a divisão da turma em grupos para a realização de atividades simples, mas relevantes, para o bem-estar de todos durante o final de semana.
A turma ficou alojada na casa mãe do Sítio Nós na Teia e puderam curtir uma noite tranquila. Na manhã seguinte, logo após uma dinâmica de integração do grupo, saímos para visita guiada. Além da apresentação das diversas tecnologias utilizadas no Sítio (Captação e reuso de água de chuva, eco-saneamento, recuperação de solo, agrofloresta, bioarquitetura etc) a turma pôde conhecer o design permacultural, em suas zonas e setores, e comparar com o da Chácara Toca da Coruja. É muito interessante a percepção das diferenças de design devido a características tão distintas das duas estações de Permacultura. Após observarem na prática as diversas estratégias de manejo sustentável da água aplicadas no Sítio Nós na Teia a turma teve uma aula teórica sobre o tema Água, com Sérgio Pamplona e equipe do PDC.
À tarde iniciamos um dos temas menos conhecidos e talvez um dos mais relevantes do curso – “Padrões”. O estudo do tema fomenta o pensamento sistêmico, para conseguirmos entender a linguagem da própria natureza. Conforme disse Bill Molison, criador da Permacultura: (…)Se alcançarmos a compreensão de padrões básicos dos fenômenos naturais nós estaremos desenvolvendo uma poderosa ferramenta de design e encontrando uma ciência de ligação aplicável a várias disciplinas. Depois passamos ao estudo de “Leitura de Paisagem” para compreender o que o relevo nos indica e termos dicas importantes para planejar uma propriedade. Logo na sequência saímos novamente para campo e fomos até um ponto de mirante, para ler a paisagem do vale e observar formas do relevo, vegetação, fluxos de água, locais ideais para posicionar habitações etc. Já era final de dia e fomos presenteados com um lindo pôr-do-sol.
A noite estava apenas começando…após o jantar tivemos uma sessão de Dança Circular, facilitada por Laura Cavalieri, que fez uma incrível seleção de músicas! A dança foi o aquecimento para o momento de celebração ao redor da fogueira, local onde os talentos musicais se apresentam! A cada ano os talentos são distintos e nos surpreendem, além de descobrirmos músicos e cantores neste ano tivemos também um especialista em análise sensorial de cachaça que nos brinda com degustações e fomenta percepção de notas, aromas e sabores inusitados.
Apesar da festinha na fogueira ter se estendido até tarde da noite, a turma foi impressionantemente pontual para a aula no domingo. Acordamos cedinho, café da manhã reforçado, um breve alongamento, no qual os movimentos nos trouxeram relações com padrões estudados no dia anterior, e seguimos para práticas. A primeira prática foi de marcação de curva de nível, tema que já havia sido trabalhado teoricamente. Em grupos os estudantes aprenderem na prática a usar “pé de galinha” e outras tecnologias mais sofisticadas como laser para marcação de nível.
Então, descemos o morro e fomos colocar a mão e o pé no barro nas práticas de bioconstrução. Relembramos as qualidades do barro, testes de solo e relacionamos tipos de solo com seu potencial para diferentes técnicas de construção. Os estudantes vivenciaram o preenchimento de duas paredes pequenas uma parede de adobe e outra de taipa telada. Buscamos fazer práticas curtas de construção, pois os dias têm sido bastante quentes e com umidade muito baixa. Mas deu tudo certo, final da manhã e o grupo já havia concluído as práticas e ainda deu tempo de iniciar a aula teórica sobre Arquitetura Apropriada.
Após o almoço mais uma parte para concluir o tema de Arquitetura.
Por fim, após o repasse de referências e atividades para o período entre módulos, fizemos ainda uma última prática, na qual a turma aprendeu a fazer tinta natural com terra.
Missão cumprida! Nosso terceiro Módulo será na Toca da Coruja dias 24, 25 e 25/08.