No dia 30/05, aproveitamos o caos de desabastecimento de combustíveis que ocorreu com a paralisação dos caminhoneiros para realizar uma Partilha de Saberes no Sítio Nós na Teia, sobre o tema Pico do Petróleo. Apesar de não existir uma relação direta entre esses eventos, foi um momento importante para sensibilizar a população sobre a fragilidade de nossa dependência de combustíveis fósseis, conforme narrou Lorena Ventura em mensagem divulgada via Whatsapp:
Estamos passando por um “treinamento de apocalipse”. Sem combustível nos postos, poucas frutas e legumes, quase nada de verduras, faltam itens nos mercados… Parece cena de filme, mas não é. E dessa vez, nós temos sorte (!!!), é por conta de uma paralisação de caminhoneiros que daqui a alguns dias estará solucionada com os acordos que estão sendo feitos com o governo.No futuro, se continuarmos fazendo as coisas da mesma forma, será por falta real de recursos. Falta, aliás, que já existe constantemente para pelo menos 1 bilhão de pessoas pelo mundo.Tudo isso me faz ver que nós ainda dependemos MUITO dos combustíveis fósseis. Dependemos MUITO de meios de transporte de longa distância. Dependemos MUITO das coisas erradas, daquelas coisas que podem até ser úteis atualmente, mas que irão nos destruir no futuro.Que esses dias apocalípticos nos sirvam de inspiração para alterar hábitos e rotinas destrutivas.
Por quê a teoria do Pico do Petróleo é tão importante?
Para nós Permacultores, esse conhecimento é essencial para compreendermos crises atuais e nos prepararmos para um provável cenário de escassez energética.
A teoria do Pico do Petróleo ou Pico de Hubbert proclama o inevitável declínio e subsequente término da produção de petróleo em qualquer área geográfica em questão. De acordo com a teoria, seja em apenas um poço de petróleo ou no planeta inteiro, a taxa de produção tende a seguir uma curva logística semelhante a uma curva normal. No início da curva (pré-pico), a produção aumenta com o acréscimo de infra-estrutura produtiva. Já na fase posterior (pós-pico), a produção diminui devido ao esgotamento gradual do recurso (Wikipedia).
Site com uma boa síntese de informações, em português:
http://www.picodopetroleo.net
Muitas pessoas manifestaram interesse em participar do evento, mas ironicamente, poucas tinham combustível disponível para a locomoção e o transporte público em Brasília é bastante ruim e limitado. Assim, com a cooperação do amigo permacultor Eurico Vianna, conseguimos transmitir e gravar o evento. Eurico publicou o material completo, bem como artigos e traduções relacionados ao Pico do Petróleo e a atual conjuntura brasileira em sua página.
https://www.euricovianna.com.br/podcast/pico-do-petroleo-com-sergio-pamplona/
Sugerimos ainda leitura de texto escrito por outro colega permacultor, Marcelo Venturi, de Santa Catarina: