No final de semana, 20 e 21 de janeiro de 2018, tivemos a celebração de encerramento do ciclo da primeira turma do programa Imersão na Teia.
Sábado integramos amigos e colaboradores na construção de um banco em cob para sentarmos ao redor da fogueira da varanda. Foi a culminância de um projeto do grupo, que surgiu a partir de um desejo do grupo nas várias festinhas que rolaram ao redor da fogueira da varanda. Aproveitamos esse sonho coletivo para o grupo conhecer e vivenciar a metodologia Dragon Dreaming de projetos colaborativos que tenham uma ética de crescimento pessoal, fortalecimento de comunidade e trabalho pela Terra.
Cob é uma técnica incrível, bastante artística, de esculpir o barro com a mão. Contudo, por ser uma estrutura feita apenas com barro e palha demanda grande quantidade de barro. Assim, ao final do dia estávamos exaustos, mas felizes com o feito. Colocar a mão na massa já é bom, fazer isso em grupo e conseguir concluir uma linda obra dá um prazer ainda mais especial!
Neste último módulo infelizmente várias pessoas da Imersão não puderam participar. Houve uma grande dispersão pela época de férias de final de ano. Por outro lado foi uma oportunidade para convidar amigos e colaboradores da Teia para curtirem conosco este momento.
Veja registro completo da obra em um pequeno vídeo elaborado por Bruno Lemos.
Foi essa energia de realização que nos deu ânimo para acender a fogueira e fazermos uma festinha à noite. Nos revitalizamos com boas risadas e comidinhas gostosas com especial destaque à banana assada com chocolate. Aliás essa receita de banana com chocolate foi trazida pela Fernanda em nossa primeira fogueira, lá em agosto, e tende a se tornar tradição em nossas fogueiras, como a receita carinhosamente nomeada de “Banana com climão”, pela Haila. “Banana climão”, “chutney não é géleia” entre outras pérolas que surgiram em piadas internas renderam boas gargalhadas na noite.
Domingo começou preguiçoso, levantamos no meio da manhã para um café da manhã coletivo e longo, que deu energias para a limpeza geral da bagunça que fizemos durante a obra com barro espalhado pelo chão da varanda e da cozinha.
Ao final da limpeza mais celebração em mais uma sessão de oficina lúdica com a Haila. As oficinas lúdicas, como o próprio nome indica, trouxeram momentos muito gostosos para a Imersão. Esses momentos conduzidos pela Haila foram um grande presente nesses meses, quando pudemos cultivar a arte-reciclagem e principalmente brincar e rir muito. Tão gostosos que estamos pensando na possibilidade de continuar com esse processo com uma turma aberta. (P.S.: Que tal? Você anima vir participar? Se tiver interesse entre em contato conosco para fortalecer a ideia!)
No almoço uma saidinha preguiçosa para comer pamonha, pois ninguém queria sujar a cozinha rsrs.
E então chegou aquele momento inevitável de encerrar o ciclo. Fizemos uma dinâmica para relembrarmos a trajetória percorrida por cada um na Imersão na Teia. Desenhamos, partilhamos, nos conectamos, ouvimos mensagens enviadas por participantes que não puderam vir, choramos, rimos. Ah, também entregamos certificados. Enfim, foi uma despedida completa e o encerramento de um ciclo de lindas aprendizagens!
Quando criamos o programa Imersão na Teia estruturamos um currículo de saberes e experiências para o grupo. Planejar e preparar esse processo com carinho e cuidado certamente foi tão importante quanto abrir mão dos planos sempre que as mudanças da vida real se apresentavam. Olhando para trás para o processo vivido percebemos que foram muitas Imersões, que cada participante fez sua própria Imersão e trouxe diferentes tons para o processo do grupo. Parece óbvio, mas não é. Difícil explicar como cada movimento na vida de um dos participantes reverbera no grupo como um todo. Faz parte da beleza e do desafio da vida em comunidade. Essas aprendizagens que ocorrem nas relações sociais não são previstas nem listadas no currículo, mas talvez sejam as que proporcionam as maiores lições para a vida.
Concluímos com um sentimento de dever cumprido, de gratidão pela oportunidade e de fechamento de ciclo.
E agora? O que 2018 guarda para nós? Estamos começando a sonhá-lo e planejar nossas ações na Comunidade-Escola Nós na Teia. Por enquanto ainda estamos na transição, o grupo que viveu conosco neste ciclo sairá e retornarão ao Sítio o casal Lucas e Marcela. Em fevereiro essas mudanças se estabelecem e também faremos uma viagem ao Sul (SC) para encontrar amigos permacultores. Assim, 2018 e seus novos projetos começarão efetivamente em março, após as férias. O que podemos adiantar é que será um ano tranquilo, focado em processos internos do Sítio.
Desejamos a todos um feliz 2018 e que estejamos ainda mais conectados com a terra e com a ética de cuidado com todos os seres!