Texto e imagens de Bernardo Oliveira
O segundo módulo de atividades da Imersão na Teia se desenrolou propondo uma reflexão fundamental à situação atual de crescimento desordenado da população humana em nosso planeta: como habitar a Terra sem danificá-la da forma que nossas metrópoles superpovoadas fazem? A bioconstrução foi colocada como uma das possíveis soluções para a questão, nas vivências dos dias 7 e 8 de setembro. O módulo apresentou, também, noções introdutórias de Sociocracia, no sábado, 9.
As vivências dos dois primeiros dias de aula foram abertas ao público externo à Imersão. A quinta-feira se iniciou com um convite para que os presentes se conectassem com a terra, elemento primordial à vida e à construção. Pela manhã, conhecemos um pouco mais sobre os tipos de barro – da fina argila à espessa areia – e como misturá-los e utilizá-los para fazer paredes.
Após alguns experimentos simples para a identificação da qualidade da terra, o grupo se dividiu em dois: um dos subgrupos trabalharia na produção de adobe – tijolo feito com barro e palha – e utilizaria os tijolos na construção de uma parede; o outro faria uma massa de barro para reboco e a espalharia em uma pequena cabana do sítio. Os tijolos de adobe foram produzidos de forma tradicional pelo grupo, pisando-se a mistura de barro em cima de uma lona e moldando-o com uma fôrma. Utilizando alguns tijolos já prontos, erguemos algumas fileiras em uma das paredes externas do espaço Ocalango.
Para o reboco, misturamos o barro com mucilagem de palma, que daria à substância uma liga mais adesiva. Passamos, então, a preparar o acabamento do Templinho, uma pequena construção de barro, no estilo COB, localizada na parte de trás do sítio. No final do dia, assistimos ao filme “El Barro, las manos, la casa”, uma produção argentina sobre a construção com barro. Conhecemos as ideias de alguns especialistas no assunto. Os processos expostos não se diferenciavam muito das experiências realizadas pelo grupo horas antes, demonstrando a acessibilidade da bioconstrução.
Na sexta-feira, pela manhã, fizemos uma visita ao Centro de Referência em Educação Ambiental da Chácara do Sindicato dos Professores, espaço com grande parte de suas edificações bioconstruída, projetada por Sérgio Pamplona, bioarquiteto e guardião do Sítio Nós na Teia.
À tarde, assistimos a uma aula expositiva, ministrada por Sérgio, sobre os princípios básicos da bioconstrução. Nos foram transmitidas informações importantes para a saúde de nosso planeta, como o baixíssimo gasto de energia para a construção com madeira, em relação a
outros materiais como o concreto, a não toxicidade do barro e da tinta de terra, em detrimento à do cimento e das tintas convencionais, e o menor impacto da utilização das matéria primas da bioconstrução, muitas vezes encontradas em qualquer quintal, no lugar dos materiais comumente utilizados, frutos de uma mineração agressiva pala o meio ambiente.
Depois da aula, aprendemos a fazer tintas com barro, usando cola branca ou goma de polvilho como base. As cores podem variar de um tom marfim, esbranquiçado, a um roxo forte, dependendo da coloração da terra escolhida. Pintamos a parede rebocada mais cedo com um amarelo fosco e um marrom avermelhado, comum no solo brasileiro.
Dedicamos o sábado, agora apenas com imersos, a dinâmicas de introdução às ideias da Sociocracia.
Os momentos de encontro entre todos da Imersão na Teia tem o propósito de integração da comunidade e de proporcionar um momento de estudo e partilhas, quando todos os participantes, seja na modalidade integral ou parcial da Imersão, podem estar juntos vivenciando e aprofundando de forma teórico-prática muitas ações que realizamos no dia-a-dia do Sítio.
Dica do dia: Faça o melhor que puder. Seja o melhor que puder. O resultado virá na mesma proporção de seu esforço.
Ontem eu era inteligente, queria mudar o mundo. Hoje eu sou sábio, estou mudando a mim mesmo.
quando terá novamente?
Olá Analice, ainda estamos definindo a agenda deste ano. Provavelmente ofereceremos ações de Bioconstrução como oficinas e mutirões abertos. Acompanhe as novidades por aqui.
Sou a Monique De Oliveira, gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor, parabéns nota 10.
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Abraços,
Mônica