Texto e imagens de Bernardo Oliveira
Foi com muita alegria, orgulho e grandes expectativas que tivemos a primeira semana do programa educativo Imersão na Teia. A partir do dia 21 de agosto os participantes da Imersão Total, que inclui moradia na casa coletiva do Sítio Nós na Teia, passaram a experimentar o dia-a-dia da estação de permacultura. E no final de semana (25 a 27 de agosto), ocorreu a integração entre os residentes e participantes da Imersão parcial para um primeiro encontro de toda a comunidade que compartilhará experiências e aprendizados no Sítio, nos próximos seis meses. Este primeiro módulo serviu como uma base estrutural para a construção do coletivo que terá o Sítio Nós na Teia como escola de práticas permaculturais no próximo semestre. Além disso, dedicamos parte do tempo ao reconhecimento e contemplação do ambiente e dos seres que o habitam.
Iniciamos o ciclo de imersão com uma atividade expositiva que nos colocou em contato com a história da Permacultura no Mundo e de seus pioneiros no Brasil, a partir de um PDC (Permaculture Design Course) ministrado por Bill Mollison ministrado em 92. A aula culminou em um encontro surpresa com dois importantes personagens desse desenvolvimento em nosso país, os permacultores Jorge Timmermann e Suzana Maringone (https://yvypora.wordpress.com/2017/08/23/uma-breve-historia-da-permacultura-no-brasil-1992-a-2007/), que responderam, por meio de uma videoconferência, dúvidas e curiosidades do grupo de imersos e professores na sexta-feira à noite.
Na manhã de sábado, observamos e discutimos elementos da Zona 1 – área próxima à casa – e diferentes formas de compostagem e ciclagem de nutrientes realizado em nosso espaço, com ênfase na utilização de minhocários que recebem o lixo orgânico produzido pela comunidade e tornam-se fonte de biofertilizantes que retornam para o ciclo, alimentando as plantas de nossa horta.
Passamos então à familiarização e discussão do documento de governança do Sítio, com a criação de cartazes sintetizando conteúdos do texto de forma lúdica e interessante. Depois do almoço, vivenciamos as primeiras práticas de Sociocracia com o coletivo, decidindo assim, a organização logística de nossos encontros. Para tanto, realizamos acordos que passaram por uma rodada de reações individuais, manifestações e, finalmente, aprovações ou objeções.
Ainda no sábado, demos as mãos em um jogo cooperativo conhecido como nó humano, onde o grupo coloca-se em roda, embaralha-se e tenta resolver os nós que surgem entre os braços. Depois de 72 minutos sem desistências, o processo serviu para fortalecer os laços coletivos e a capacidade de resolução de problemas de forma conjunta.
Em seguida, fomos convidados a olhar de forma mais atenta e contemplativa a nossas irmãs vegetais em uma colheita de sementes.
O domingo começou com a bela Trilha Encantada – exercício muito profundo da metodologia Dragon Dreaming, onde cada participante cola, em um barbante representando sua linha de vida, pequenos cartões com os momentos mais felizes, tristes e importantes de sua memória e os relata para o conjunto. Prega-se, também, um cartão final contando como se quer ser lembrado depois do final da linha.
À tarde, retornamos à Sociocracia para uma decisão em grupo sobre o próximo módulo. Após uma brincadeira de “Dragão e Donzela, escolhemos, em uma dinâmica introspectiva, o tutor que acompanhará cada um dos imersos durante os seis meses do processo. No final, um bastão da fala foi passado entre os integrantes da Imersão para que cada um manifestasse seus sentimentos sobre o fim de semana.
O Sítio Nós na Teia agradece imensamente a todos que acreditaram no sonho do curso em formato de imersão e resolveram se unir a nós nessa jornada de aprendizagem e descobertas mútuas. Esses foram apenas os primeiros dos muitos dias especiais que experimentaremos juntos.